Tava eu com o relógio, ele lerdo eu apressado, num entrave para ver quem que vencia.
O sono se foi e nada vinha, falar o que? Escrever o que? Tanta ideia nada servia.

Pensei no lindo sorriso da minha neta, de como anda boa esta vidinha. Voei pra madrugada silenciosa e fria lá na rua. Passeei pela cidade vendo tudo o que era bom e o que podia melhorar. Imaginei uma entrevista com o Papa, falando em filosofia.

Fui pra política nacional ai, ai, ai..., pensei nos deputados, ai meu Deus Santo! Voltei-me pro futebol, lembrei-me das quedas do Neymar. Nada, nada, nada..., não era o que eu queria.  

Viajei lá pra bem longe quando deixei Minas Gerais, quando cheguei em São Paulo capital. Refiz todos os passos, revirei os pensamentos, nada, nada eu quis falar.

Joguei-me lá ainda mais longe. Pras madrugadas lá da roça. O cantar dos grilos ali pertinho. O coaxar dos sapos lá no brejo. As aves noturnas e seus piados, o cantar dos galos e o mugido das vacas no curral. Peguei minhas mãos formando figuras na parede, com a sombra da luz da lamparina. Pensei, pensei, pensei...

O relógio serelepe então pulou. Eu, num pulo mágico o imitei.

Vou me desculpando por muito pouco dizer. Encerro parafraseando uma mensagem:

Quem tudo pensa nada escreve!

Mereço perdão!!!???