Por acaso, porque não é da minha predileção, certa vez vi na televisão uma parte do programa de um ex jogador de futebol.

          Falavam sobre a vida de um jogador de futebol que na época em que jogou, teve fama e ganhou dinheiro, mas hoje em dia se encontra em dificuldades financeira e sobrevive trabalhando como pedreiro. Mostraram a reportagem detalhada e a entrevista que fizeram com ele.

          Nada de excepcional, esses acontecimentos são corriqueiros. Como costumamos dizer: o mundo dá muitas voltas. Ninguém tem garantia de coisa alguma. Muita gente fez muita coisa e nem sempre acabou bem.

          O que não achei nada legal, foram os comentários feitos em relação aos filhos desse tal jogador. Puxados pelo apresentador, todos os outros passaram a julga-los. Perguntavam com indignação onde é que andavam os três filhos dele, que não lhe davam nenhuma assistência, e seguiram por um tempo nessa linha crítica.

          Penso que é injusto falar de coisas das quais nada sabemos. Mais injusto ainda é ser dito para milhões através de um canal de televisão. Pelo o que vi, ninguém sabia nada sobre as pessoas de quem estavam falando. Ora, quem é que sabe que tipo de pai o sujeito foi? Pode ter sido bom e pode ter sido péssimo. Essa cantiga sertaneja de que o pai cria dez filhos e dez filhos não cuidam de um pai, só se justifica mesmo é na cantiga, pois na realidade seria prova de incompetência desse pai. Quem dá amor de verdade aos filhos, dificilmente será esquecido por eles, sobretudo se forem muitos.

          Pelo o que vi pela vida a fora, quando há amor, erros cometidos são perfeitamente compreendidos, e o abandono dificilmente acontece.