FUGAS
Quis fazer um poema e esperei a inspiração
O tempo passou, não me apareceu Descabelei-me, possesso, perdi a razão Convenci-me por fim, que ela morreu Não sou de brinquedo, não me dou por vencido Se ela não vem eu faço na marra Nada me vence eu sou bem atrevido Vou até debochar e esbaldar-me na farra Nenhum sentimento, nobre ou sem graça Meu coração é de pedra e os meus nervos de aço Meus caminhos são meus, ninguém mais nele passa Meu destino está feito sou eu mesmo quem faço Sorrateira, intrépida, surge uma melodia No ensejo e esperta desfilou a saudade Combinando os tons surge a sábia harmonia Enfeitada e bela veio à tona a verdade Uma canção foi imposta com rimas de dor Revelando em tudo os quês da razão Preservar-se o peito da dor da paixão Buscou-se em vão inúteis fugas do amor
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 31/10/2020
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