Jamais podia imaginar que chegaria o dia em que encontraria lógica nas conversas daquele homem quase velho que foi por um tempo meu amigo.
Não poderia ter visto nas suas conversas parecidas desconexas alguma fagulha de razão?
A experiência é coisa inútil ele acreditava. É como faróis virados pra trás, que de nada te servem. É coisa ignorada por todos, pois cada um quer somente a sua própria.
O que tinha eu demais que não me permitiu pensar de onde ele poderia ter tirado tal ideia que entendi absurda, poderia ter lhe perguntado, mas desprezei como se despreza e joga no lixo o que vem da mente de quem toma umas a mais. Ora, eu estava certo,  ele era um desses agarrados nas garrafas e nos sonhos mirabolantes, ele era um solitário quase velho, um fracassado na vida e que nada tinha a ensinar.
Tal amigo certamente nem exista mais, e saber pra que do por que dessa convicção, agora estou vendo nela lampejos de razão.
Talvez ele não tenha exemplificado plenamente, pois se a experiência nos é inútil e é como faróis virados para trás, faltou ele dizer que esses faróis que nos são inúteis só servem para ofuscar a vista dos que vem atrás. Meu velho amigo, que arrependimento por não ter-lhe perguntado.