Acho engraçado quando alguém me diz que não lembra de tantas coisas da própria vida, diz que fica admirada das milhas lembranças.
Não sei se isso é assim mesmo, se sou eu que aprendi a pensar muito e observar bastante as coisas ou se esses que pensam assim é que não se empenham ou não tem curiosidade ou interesse por essas coisas de lembranças.
O que penso é que realmente me lembro muito e de muitas coisas. Às vezes, quando menos espero me surge na memória coisas que eu nunca imaginava que existia ou que teria acontecido.
Surgiu na minha memória uma observação lá dos meus mais ou menos quatro anos de idade, uma coisa até certo ponto boba, mas não menos curiosa.
Tenho na memória a cena da minha avó paterna sendo colocada no Jeep de seu irmão para ser levada ao hospital onde faleceu poucos dias depois.
Ela faleceu exatamente quando eu tinha acabado de completar três anos, então minha memória consciente vem de antes dos três anos.
Logo depois, dizem que menos de seis meses, meu avô se casou novamente.
Desse segundo casamento é que me veio essa curiosa lembrança, que nunca tinha se revelado até agora.
Como de vez quando pousávamos na casa do meu avô, surgiu a recordação de ter visto algumas vezes a segunda mulher dele, de manhã cedo fazendo gemada e dando pra ele beber.
No meu entendimento de criança não saberia o significado daquelas gemadas, no entendimento de hoje eu bem desconfio.
Qual será a coisa curiosa, guardada, que ainda me surgirá na mente? Tomara que seja divertida e boa.