Graças ao competente sistema de gerenciamento que José Eufrásio implantou em suas empresas, onde tudo era decido por conselhos bem estruturados, constituídos por profissionais muito gabaritados, o grande plano de Celice não prosperou. Ela conseguiu que seus filhos ocupassem cargos importantes nas empresas, que eles direcionassem projetos segundo as intenções dela, mas tudo aquilo que fugia dos objetivos das empresas os conselhos não permitiam que prosperassem. Ela conseguia conquistas de ordem econômica pra si mesma, mas na condução administrativa das empresas não se aprovava nada de seu interesse.
Celice precisava então afastar seu marido do comando das empresas e tirar de Cláudia Emília qualquer direito de herança.
Com sua matreirice e sua beleza, Celice aos poucos foi se aproximando do advogado particular de José Eufrásio, urdiu sua trama e conseguiu fazê-lo se apaixonar por ela. Cevou o advogado com seu falso amor até conseguir dominá-lo completamente. Dominado, ele passava pra ela todas as informações confidenciais de seu marido, dos atos dele em relação a vida de Cláudia Emília e sua mãe. Obteve os documentos pessoais originais da menina.  
Ela decidiu que precisava interditar civilmente seu marido e para isso seria preciso que ele perdesse o seu equilíbrio mental. Claro que tudo seria mais fácil com a anuência do advogado da confiança dele, que ela já mantinha sob seu domínio, custeado pelo seu falso amor. Precisava também de um plano para tirar de  Cláudia Emília qualquer direito familiar.
Celice, fingindo um grande amor por seu marido, começou ela mesma a zelar pela alimentação dele, aos poucos foi introduzindo maquiavelicamente, alucinógenos em sua alimentação, em suas bebidas. Sua intenção não exigia pressa, ela queria viciá-lo, torná-lo dependente químico, cada dia uma dose milimetricamente calculada ela ia introduzindo nas refeições, nos sucos que preparava pra ele. Ele se sentia feliz, nunca fora tão bem tratado por ela. Nunca ela fora tão carinhosa e generosa no amor.



Continua