Abacates minha diversão em três dias da semana.

ESTEREÓTIPO

Outro dia fiz uma letra de música mas como sou um tanto carrasco comigo mesmo, deletei logo. Acho que se encaixaria num rock dos anos 80.
Não me lembro e nem quero, do que escrevi, mas era sobre os estereótipos.
Acontece que isso ficou na minha cabeça e vou jogar aqui neste texto para ver se me dá sossego e eu acabe esquecendo. Sei lá por que, mas não gosto dessa palavra.
Estereótipo, quem será que inventou isso? Por que é que todo povo de um lugar tem que ser imaginado de um jeito, quando não existe ninguém nem nada igual.
Por que é que tenho que imaginar um gaúcho vestido de bombacha e uma cuia de chimarrão nas mãos? Ora! Já estive por lá, fui até em estádio lotado, andando nas ruas encontrei as pessoas em trajes normais como em todos os lugares que vou.
Por que é que os mineiros como eu são lembrados como um caipira tipo o Chico Bento, com chapeuzinho, cavanhaque ralo, agachado sobre os calcanhares picando fumo? Adoro o jeito mineiro de ser e de falar, mas as mulheres não desfilam pelas ruas com vestidinhos de chita e nem os homens de chapéu de palha.
Então eu tenho que imaginar as garotas do Rio de Janeiro, sendo como a garota de Ipanema? Como as dondoquinhas do Leblon? E os meninos de bermudas com suas pranchas de surf nas areias do Arpoador? Todos os cariocas são por acaso o que mostram as telenovelas?
Estive em Salvador e não vi ninguém deitado em redes curtindo preguiça, vi muita gente tentando ganhar a vida no comércio ou nas artes. Os que vi deitados em redes eram turistas com certeza.
Em Fortaleza, Maceió, Recife, João Pessoa, será que só vi gente de chapéu de couro ou de cangaceiros andando pelas ruas? Não, vi foi muita gente se virando, pelejando como qualquer brasileiro nos cantos do nosso país.
Existe o lado divertido de tudo, acho válido.
Existem as culturas de cada lugar, gosto demais.
Mas do estereótipo eu não gosto, dá uma deixa para o preconceito.
Talvez seja só uma das minhas implicâncias.