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Contos, crônicas e poesia.

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É PROSA OU É CRÔNICA?

Um dia, em um lugar que não me imaginava estar, tentando resolver uma dessas pendengas da vida, que sei lá por que surgem na nossa frente, sem a gente saber, um sujeito me põe um papel e me pede pra escrever sei lá o que. Eu sem saber direito mais como escrever sem máquina, num garrancho vergonhoso coloquei um verso não querendo dizer nada com nada. O sujeito, nem sei como conseguiu ler, olhou-me e disparou: - rapaz, você é um poeta! Eu, assustado e desconfiado, diante de alguém que eu acreditava ser autoridade, quis era saber se estava sendo caçoado, poeta pra mim era coisa pra gente fina e estudada, cheia das boas palavras, tudo o que eu ser, não imaginava e muito menos era, no meu entender. Olhei para aquele papel que não tinha quase nada, só escrita esgalepada, garatujas esmagalhadas, nascidas da ponta de um lápis judiado, oprimido por uma mão grosseira sem nenhuma habilidade, perguntei: poeta, por quê? Por causa dessas palavras, respondeu ele! Que palavras são essas? Perguntei! São palavras que só os poetas usam, disse ele! Pelo sim e pelo não, sem entender nada, saí na interrogação. Sol, lua, noite, rua, ora essa! Palavras que todos usam, que sujeito descarado, achou que eu era um coitado que merecia ser gozado. O tempo foi virando, tanta coisa aconteceu, e aquilo me martelando, fui sendo empurrado sem acreditar nem conseguir ver, que emaranhado acabei por me meter. Numa rede tal de Orkut entrei numa brincadeira, foi só pra fazer zoeira escrevi umas bobozeiras e postei pra poder ver, eu fiquei embasbacado com um comentário do outro lado: “olha só gente, um cronista acaba de nascer”. Dali pra cá tanto escrevi como joguei fora, achando tudo bobagem, sem valor, sem conteúdo, num pensamento miúdo acreditando num blog que ninguém entrou pra ler, até que nesses caprichos da vida, sem propósito nem querer, acabei numa investida topando com o Recanto e então criei coragem e coloquei uma postagem, outras e outras mais, entre muitos elogios um surgiu e me ergueu, fiquei um tanto ousado que hoje acho que eu sou eu.
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 02/07/2021
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