SERÁ QUE ESTOU CERTO?
Há um tempinho escrevi uma crônica parecida, publiquei e deletei, pois tenho a mania de falar de mim mesmo, não que seja propósito para me aparecer, mas porque as coisas que sei são da minha vivência não tão pequena. Se eu não falar das coisas que sei, vou falar de que? Mas deletei por esse motivo.
O assunto é sobre seguir regras estabelecidas para muitas coisas. Aqui no caso falo da música. Os grandes gênios da música erudita, entre eles Beethoven, Stravinsk e principalmente Debussy, não foram fieis a regras de composição. Em uma entrevista na mídia, o músico Roberto Menescal, afirmou que a batida da Bossa Nova surgiu não por genialidade, mas do fato deles não saberem tocar samba. Fato que também ocorreu com o Jaz, que acabou sendo resultado da experimentação dos negros americanos tentando imitar a música dos brancos, como não tinham formação musical, fizeram do jeito que conseguiram e o Jaz virou o Jaz. Confesso que não tenho mais paciência de ficar estudando muito o jeito de fazer as coisas, se a forma como vou fazendo alguma coisa está certa ou errada, analiso se gosto do resultado ou não. Assim é no que escrevo e nos ritmos que toco o violão. Não me pergunto e não me perguntem se o meu samba é samba, se minha bossa e bossa, se a minha valsa é valsa, se o bolero é bolero, pois não sei dizer, eu toco do jeito que consigo, seguindo a grosso modo as referências. O nosso amigo Dartagnan, grande e inesgotável letrista, que ouve muito mais música do que eu, e entende muito mais dos ritmos, achou que toco samba com estilo próprio. Não criei e nem tive o propósito de criar nada, eu toco do jeito que consegui aprender, continuo porque gosto do resultado. Se isso agrada ou desagrada os verdadeiros sambistas eu não faço ideia.
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 25/07/2021
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |