Concordo que é um equívoco e tenho há muito adotado a prática de não julgar as atitudes alheias, mas refletir sobre os acontecimentos possivelmente gerados por práticas das pessoas, isso eu penso que não há nenhum mal. Minha capacidade de observar é grande e a memória é boa, então não tenho dificuldade para relacionar atitudes do passado com acontecimentos do presente, minhas e dos outros.
Um senhor idoso, em tom de queixa me falou sobre seu filho. Disse que ele não lhe contava as coisas, que só ficava sabendo depois do acontecido ou muito em cima da hora. Disse-me que praticamente nas vésperas do encontro de despedida, é que ficou sabendo que seu filho estaria indo com a família para os Estados Unidos para passar alguns meses e caso consiga pretende ficar por lá.
Minha memória saltou e me trouxe algo que talvez possa ser a causa dessa atitude do filho do amigo. Recordei que era costume dele se ausentar de casa aos sábados e domingos, quando seus filhos eram pequenos, que não trocava por nada o seu futebol, os passeios que eventualmente as crianças faziam acontecia por generosidade de terceiros, a maioria parentes. O maior destaque é que raramente se sabia onde se encontrava ou em qual horário voltaria para casa. Durante a semana o trabalho, nos finais de semana o futebol é que o tirava de sua família.
Acredito que ele não pensa no que pode ser a causa do silêncio do filho dele para com ele.