Tereza
"Por quê? Tereza!"
Por que eras assim, Tereza? Tua pele encrostada do frio, Teus cabelos sem água ou pente, Tua presença, a todos fazia fugir. Por que tua casa não tinha piso? As janelas, meros trapos rasgados. Banheiro e água ausentes, Tua cama com percevejos povoada. Por que tuas roupinhas eram farrapos, Tão distantes do tamanho de ti? Por que, Tereza, por quê? Por que existias ou ainda existes? Descalça, na manhã gelada, Sobre a grama geada, por que choravas, Tereza? Por que tua mãe era renegada, falada, odiada? Ela também era Tereza, igualzinha a ti. Se agora, Tereza, na mente reapareces, Pode ser que seja para reivindicar algo que o mundo negou. Quem sabe um presente? Quem sabe um carinho? Quem sabe um olhar sem preconceito, Sem repulsa, sem nojo, sem raiva? Tereza, talvez tenhas sido um anjo Que passou por aqui despercebido. Será que só eu te vi? Autor: JV do Lago
JV do Lago
Enviado por JV do Lago em 25/10/2023
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